Mulheres vítimas de violência doméstica podem chamar as polícias apenas teclando, além de enviar fotos, localização ou fazer chamada de vídeo por meio do Emergência MG
Levantamento divulgado pelo Governo de Minas nesta quinta-feira (22/8) mostra o perfil da violência doméstica no estado nos primeiros sete meses do ano. A estratificação dos dados da Polícia Civil foi realizada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), como parte das ações de sensibilização do movimento Agosto Lilás, e busca ampliar o debate do tema e contribuir com a circulação de informações sobre violência contra a mulher.
O levantamento aponta que os feminicídios tiveram redução de 20,8% de janeiro a julho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.
Foram 80 mortes contra as 101 registradas nos sete primeiros meses de 2023. Os dados também são menores que os do mesmo período de 2022 (104).
A redução também ocorre de forma amena, beirando a estabilização, nos casos de violência doméstica em geral, no estado. São 600 registros de violência contra a mulher a menos nos sete primeiros meses, uma redução de 0,7% (87.195 para 86.595).
“São dados importantes, porque representam o esforço de todas as forças de segurança e de todas as ações integradas preventivas e repressivas que temos. O que não quer dizer que vamos dar um passo sequer atrás na nossa vigilância e foco que o tema merece”, destacou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco.
“Ainda são dados expressivos, quando tratamos de um crime tão covarde e que tem prioridade de redução para o governo”, enfatizou.
Emergência MG
A divulgação do levantamento da violência contra a mulher neste ano em Minas vai ser sucedida por uma campanha digital que colocará luz em um importante aliado das mineiras para pedidos de ajuda: o Emergência MG.
O Emergência MG é um serviço de acionamento das forças de segurança do Estado via internet, que muito pode beneficiar mulheres vítimas de violência.
Isso porque permite que qualquer vítima em potencial ou em apuros possa acionar o 190 da Polícia Militar, por exemplo, apenas teclando em chat, sem precisar de usar a voz.
Por meio do serviço, a mulher também pode compartilhar fotos, vídeos e sua geolocalização, facilitando o atendimento imediato das forças e a intervenção em caso de risco.
“A pessoa pode estar trancada no banheiro, por exemplo, e chamando as polícias, sem que o agressor perceba”, destacou o superintendente de Integração e Planejamento Operacional da Sejusp, Bernardo Naves.
Vale lembrar que o Emergência MG é pioneiro no país exatamente por criar uma única porta de entrada que permita o pedido de ajuda, por chat, para a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.
Perfil
De acordo com os dados, a violência psicológica segue ultrapassando os casos de registros de violência física no estado, como já apontado no ano passado.
Os registros de ameaça, manipulações, humilhações e proibição do direito de falar com amigos ou parentes, por exemplo, alcançaram a marca de 36%, enquanto os atos de violência física ficaram com 35%. Mais informações estão disponíveis neste link.