Na manhã da terça-feira (26 de novembro), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu início à Operação Mãos Invisíveis, uma investigação que promete abalar as estruturas políticas e empresariais de Muriaé. O objetivo é desmantelar uma possível associação criminosa composta por ex-presidentes da Câmara Municipal da cidade, um ex-diretor financeiro da Casa Legislativa, funcionários públicos e empresários. O grupo é suspeito de envolvimento em uma série de crimes, incluindo lavagem de dinheiro e fraudes em processos licitatórios.
A operação, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata, contou com o apoio das Polícias Civil e Militar, que realizaram o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Muriaé, Vieiras e Juiz de Fora.
investigações indicam que empresários e agentes públicos formaram um “consórcio de empresas fraudulentas” para fraudar licitações e desviar recursos públicos. Segundo o MPMG, as empresas, especialmente no ramo da construção civil, foram criadas em nome de “laranjas” para garantir que a concorrência em diversos processos licitatórios fosse manipulada em favor dos envolvidos.
Após as contratações fraudulentas, os valores desviados eram movimentados através de uma rede de “laranjas”, configurando um complexo esquema de lavagem de dinheiro. A operação é uma continuidade das investigações iniciadas com as Operações Catarse e Metástase, que desde 2021 vêm desvendando um esquema envolvendo desvio de verbas públicas, fraudes licitatórias e enriquecimento ilícito de agentes públicos e empresários.As investigações apontam que, ao longo dos últimos anos, o grupo usou empresas de fachada e o artifício de “laranjas” para esconder os crimes cometidos, beneficiando-se ilegalmente dos cofres públicos de Muriaé e de municípios vizinhos.
Este desdobramento é apenas mais um capítulo de um longo processo investigativo que tem desvelado uma rede de corrupção e lavagem de dinheiro, comprometendo, cada vez mais, os pilares da administração pública na região da Zona da Mata.
Foto: MPMG / Divulgação
Algumas informações: Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG)