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Professora de Muriaé realiza sonho de ter filhos após perder o marido para a Covid-19

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Depois de várias tentativas de fertilização in vitro, Jaciara Andrade conseguiu engravidar. Trigêmeos nasceram no dia 22 de setembro deste ano.

Neste domingo (5) o Fantástico noticiou o caso de Jaciara Andrade, professora de Muriaé, na Zona da Mata mineira, que durante 8 anos tentou realizar o sonho de ser mãe junto com o marido, Arthur, que morreu no início deste ano, vítima da Covid-19.

Do luto, Jaciara encontrou força e determinação para se tornar mãe, o que ocorreu em setembro, com o nascimento dos trigêmeos Maitê, Arthur e Murilo.

O sonho de ter filhos

Jaciara e Arthur estavam casados há 12 anos e desde os 4 anos de união, tentavam ser pais. Depois de esperar que os filhos viessem naturalmente, o casal decidiu buscar a fertilização in vitro, entretanto, o procedimento era caro demais para a condição financeira deles.

Comecei a pesquisar na internet e vi muitos casos de pessoas que entraram na Justiça contra o plano de saúde e conseguiram o custeio”, contou a servidora pública.

Segundo a advogada que acompanhou o caso, especialista em saúde, Rafaela Fernandes, o casal conseguiu a cobertura integral do tratamento de fertilização in vitro pelo plano de saúde, incluindo as taxas cobradas para congelamento e descongelamento de embriões e taxas de manutenção.

 

Casal Jaciara e Arthur tinham o sonho de ser pais — Foto: Reprodução/Fantástico

Casal Jaciara e Arthur tinham o sonho de ser pais — Foto: Reprodução/Fantástico

Tentativas

A ginecologista especializada em reprodução humana, Fernanda Polisseni, foi quem realizou o 1º tratamento na professora, em 2016.

 

Posteriormente, foi feito mais duas tentativas em 2018 e, ainda, outras duas em 2019. Todas sem sucesso.

“É um processo muito doloroso, muito sofrimento, tanto psicológico quanto fisicamente. Foi aí que o Arthur me pediu que eu tentasse mais uma vez, que seria a última tentativa”, relembrou a professora.

No dia 8 de dezembro de 2020, Jaciara repetiu o procedimento, mas também não deu certo. No dia 11 do mesmo mês, o casal testou positivo para a Covid-19.

Devido à falta de ar e comprometimento do pulmão, Arthur precisou ser internado e, após 15 dias no hospital, foi entubado.

“Ele falou pra mim assim: amor, eu quero ser entubado porque a falta de ar que eu tô sentindo é muito grande. Eu falei com ele que eu não queria porque eu tinha medo dele não voltar. Mas ele falou assim: eu te prometo que eu vou voltar”.

Depois de 1 mês internado, Arthur, de 38 anos, não resistiu às complicações da doença e morreu.

Eu tinha a sensação de que estava enterrando o amor da minha vida e o nosso maior sonho, de sermos pais”, afirmou Jaciara.

Seguir em frente

Dias depois da morte do marido, Jaciara lembrou dos embriões congelados e decidiu que queria ser mãe. Ao Fantástico, ela contou que não sabia se podia seguir com o procedimento de forma legal.

O documento que garantiu que a professora seguisse com os procedimentos foi o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que faz parte dos protocolos de fertilização é registrado em cartório.

No documento, o casal declarou que em caso de morte de um dos 2, quem estivesse vivo decidiria o futuro dos embriões congelados.

“É um documento utilizado já no meio médico e também previsto em lei que autoriza, de forma expressa, qual destino do material biológico preservado em caso de falecimento de um dos cônjuges”, explicou a advogada.

Dessa vez, o procedimento de fertilização deu certo e no dia 22 de setembro nasceram os 3 filhos do casal: Arthur, Maitê e Murilo.

“No início eu sentia que, ao mesmo tempo que eu estava feliz, eu sentia às vezes culpada pelo Arthur não estar aqui para viver tudo aquilo que ele lutou junto comigo, desabafou a mãe.

Nascimento

No dia 22 de setembro, cerca de 2 meses antes do previsto, nasceram os trigêmeos Arthur, Maitê e Murilo.

O parto foi feito com a ajuda da pediatra Fernanda Bastos, que também é mãe de trigêmeos. “É muito emocionante, primeiramente pela história dela, por tudo que ela construiu durante a gestação e a fortaleza que ela foi diante da ausência do marido, e foi uma emoção muito grande por mim por ter vivenciado a minha história de mãe de trigêmeos”, contou a médica.

Após a perda do marido e das inúmeras tentativas de engravidar, Jaciara diz que o nascimento dos filhos foi a melhor coisa da vida dela.

“Eu falei que o meu maior sonho era chegar em casa e colocar cada um no seu bercinho e agradecer a deus por essa benção […] Eu vejo eles e sei que ele renasceu nos nossos filhos. Eu vou contar para eles o quanto eles foram desejados, esperados e amados por esse pai., Então eles vão sentir esse amor porque eu vou contar da forma mais singela, mais doce que eu puder. Ele nunca vai ser esquecido”, concluiu Jaciara.

Fertilização in vitro; entenda

Para realizar a fecundação in vitro, os médicos coletam o óvulo da paciente e o fertilizam em laboratório com os espermatozoides do futuro pai.

O óvulo começa a se dividir e torna-se um embrião dentro de um fluido nutritivo. Em seguida, é implantado no útero da mãe.

Normalmente, os médicos inserem vários embriões para aumentar as chances de sucesso do tratamento.

 

Confira a reportagem.

 

Por g1 Zona da Mata e Fantástico — MURIAÉ

 

06/12/2021 11h24 Atualizado há 3 horas

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