HOMENAGEM AO PM CABO MARCOS MARQUES DA SILVA
Na data de 13/07/2017, por volta das 09h10min, no Fórum Tabelião Pacheco de Medeiros, foi realizada uma homenagem ao Cabo da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, que foi assassinado no estrito comprimento do dever legal na cidade de Santa Margarida, durante seção do juri tendo a Promotora de Justiça Jackeliny Ferreira Rangel iniciado sua fala fazendo as seguintes considerações:
Na guerra, os soldados mostram a força do seu caráter. Na guerra, os soldados mostram o destemor e que eles obedecem às ordens, pelo senso de responsabilidade, pelo senso de cumprimento do dever.
É importante lembrar que no Brasil, nas Minas Gerais, a guerra assola o nosso povo, que clama por segurança.
Nossos soldados, porém, estão a postos, todos os dias, combatendo bravamente o crime, engessados pela legalidade, base do Estado de Direito, que não é, nem de longe, o Estado de Exceção em que vivemos. Esses guerreiros combatem engessados por leis e pela covardia de boa parte das Autoridades deste País, em um front em que os inimigos, os criminosos, não estão adstritos a nenhuma lei, posto que apenas vivem de afrontá-la, bem como o Estado de
Direito. Os inimigos da sociedade, que são tratados por muitos como ‘vítimas’ da sociedade, somente são guiados por suas mentes covardes e cruéis. Essa covardia e essa crueldade estão na base das condutas que brutalmente levaram ao
assassinato do Policial Militar, Cb Marcos Marques Silva, morto em serviço.
O Cb Marcos foi acionado para comparecer a uma ocorrência. Bandidos, fortemente armados, pertencentes à Organização Criminosa, especializada na novel modalidade de
barbárie dos nossos tempos, denominada Novo Cangaço ou Terrorismo à Brasileira, já haviam adentrado nas Agências do Banco do Brasil e do Sicoob de Santa Margarida, feito reféns e baleado o segurança de uma das agências.
A caminhonete em que os facínoras estavam com os reféns foi visualizada pelo Cabo Marcos, que não atirou ante o risco de matar reféns com o carro em movimento, e foi
baleado e morto por eles. Eles ainda festejaram o feito. Criminosos tombaram um homem da segurança pública em combate.
Especialistas da grande mídia, diretamente dos estúdios refrigerados, tomando cafezinho, irão dizer que o Policial Marcos errou na estratégia de combate e, por isso, morreu. Ou seja, o Policial, até quando morre, está errado.
Os defensores dos Direitos Humanos, nas redes sociais, nada mencionarão. Afinal, a Polícia opressora tem que acabar. Segurança Pública se resolve com iluminação; como se os crimes não fossem praticados sob a luz do sol, tal qual este de que tratamos.
Vamos desarmar a Polícia! Vamos desmilitarizar a Polícia! – assim bradam.
Pouco importa a morte de um policial, mas os latrocidas que o exterminaram têm que ter preservada a dignidade, inclusive, não deveriam ter sequer seus rostinhos angelicais mostrados na imprensa.
Para todos esses, quero dizer que o Cb Marcos não errou. Tenho que dizer aos juristas renomados e aos especialistas das redes sociais e da grande mídia, que, quando os marginais fizeram os reféns de escudo, tomaram para si o poder de decisão do desfecho
do caso.
Ao Cb Marcos, em função do regulamento da instituição que defendeu e do juramento feito a ela, não tinha como escolher salvar a própria vida, em detrimento daqueles reféns: ele não poderia atirar.
O leigo pensará que, naquela hora, no lugar do Cb Marcos, por instinto de sobrevivência, pensaria primeiro na própria vida.
O leigo não é Policial. Não sabe que o instinto de sobrevivência, nas guerras, é suplantado pelo dever de defender a sociedade do inimigo.
Repito o que disse: Nas guerras, os soldados provam a força do seu caráter. Cb Marcos foi assassinado em combate, deu testemunho de sua honradez, preservando a vida dos reféns, integrantes da sociedade que ele jurou defender.
Cb Marcos é, sim, um herói. Lamentamos a sua perda irreparável para a família, para a PMMG e para a sociedade.
Façamos do luto e da dor desta hora, a bandeira sob a qual devemos lutar por melhorias estruturais e valorização integral para as forças de segurança.
Que nenhum outro evento neste país ou neste Estado, seja feliz ou seja triste, faça-nos esquecer o dia 10 de julho de 2017.
Que, inspirados na bravura e no exemplo do Cb Marcos, nós, MPMG, PMMG, PC, CBMMG e Agentes Penitenciários da SEAPI possamos comemorar muitas vitórias contra o crime nas sagradas terras de Tiradentes. Aqui bandido é bandido, mocinho é mocinho. Nada de inversões. Bandidolatria Mata!
“
Fortes marchemos, Eia, soldados!” Após a fala da Promotora Justiça, a Juíza que presidia o Juri abriu a palavra para o Capitão Sandro, que representava o comando da Unidade, fazendo as considerações finais, agradecendo a homenagem imposta a memória do Cabo Marcos que perdeu sua vida no combate a criminalidade, e reforçando a importância do auxílio dos outros órgãos e da sociedade na contribuição da busca incessante por Minas melhor.
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